A Cidade

Por que o nome de Pouso Redondo?

O nome de Pouso Redondo deu-se pelo fato de no século XIX ter sido um local de passagem de tropas de gado conduzida por tropeiros que saíam da região dos campos de Lages, Curitibanos e do Rio Grande do Sul, dirigindo-se descendo a serra para Ibirama, Blumenau e Itajaí.

O lugar acabou tornando-se parada obrigatória para esses viajantes, pelo fato de estar a meio caminho dos campos serranos e da região litorânea, pois o descanso das tropas era levado muito a sério, e durante a viagem as paradas deveriam ser feitas a uma distância regular para não comprometer a tropilha.

Enquanto o gado descansava, os tropeiros organizavam o lugar de pouso, tomavam chimarrão, preparavam o arroz de carreteiro, o churrasco e o revirado que traziam para alimentação.

Desse local de pouso, de forma arredondada, surgiu o topônimo de Pouso Redondo. A pequena vila que ali se formou com esse nome estava aproximadamente 2,5 Km da atual cidade. Onde hoje está a cidade, formou-se uma pequena vila que levou o nome de “Barreira”, pois na segunda metade da década de 20, o Governo do Estado ordenou que ali fosse criada uma barreira para arrecadação de tributos, pois consistia uma passagem obrigatória para quem tomasse direção à Serra ou ao Litoral. Com o passar dos anos, o crescimento habitacional foi maior na barreira, atraindo para ali a sede do distrito criado em 1933 com o nome de Pouso Redondo.

 

Os índios de Pouso Redondo

Durante muitos séculos a região foi habitada por índios Xokleng, nação que dominou as florestas e encostas desde Porto Alegre a Paranaguá até os campos de Palmas. Pode-se dizer que os Xokleng possuíam um mundo com forte interdependência com a natureza. As doenças eram raras. O frio do inverno e as chuvas eram enfrentados como fatos da natureza. Suas casas, não passavam de simples arrumação, aproveitando-se ramos de árvores que eram arqueados e cobertos com folhas de palmeira, ou então moravam em cavernas. Os índios Xokleng também são chamados de “botocudos” pelo fato de terem no lábio inferior da boca um enfeite em forma de disco denominado botoque ou tembetá.

Os índios botocudos formavam uma nação, com costumes, cultura, religião e território próprios. Entre as tarefas do dia-a-dia cabia aos homens a fabricação de instrumentos de caça e guerra, e às mulheres a confecção de mantas de fibras de urtiga que serviam de agasalho no inverno. Encontravam alimento na mata atlântica e, nas zonas mais elevadas alimentavam-se de pinhão, por ser muito nutritivo, rico em açúcares e amido, este era colhido, estocado e moído sendo utilizado também como farinha. Também apreciavam uma bebida fermentada à base de milho, que era mastigado pelas mulheres e cuspido em troncos de madeira escavada. Uma festividade importante acontecia quando as crianças do sexo masculino de 2 a 3 anos de idade, recebiam botoque. Para a ocasião, faziam as crianças beber a bebida de milho e mel até que ficassem completamente embriagados, neste estado furavam o lábio e aplicavam-lhe os botoques e, quando eram acordados eram saudados como guerreiros. Estas cerimônias eram sempre realizadas nas noites de lua cheia, acompanhadas por cantos e danças.

 

Contato com o homem branco

O primeiro contato com o homem branco foi de forma violenta, a princípio ao descobrirem esses homens “estranhos”, decidiram atacá-los e apropriaram-se de seus instrumentos como machados e facas. Os índios adaptaram rapidamente esses instrumentos de ferro às suas armas tradicionais, forjando-os a sua necessidade, de fato o ferro deu aos Xokleng, uma nova superioridade que até então facilitou as atividades de caça e pesca. O ferro foi um atrativo para os índios se aproximarem dos brancos. Observá-los à distância, e objetivando um momento de oportunidade para se apropriarem de suas ferramentas, pesquisando o cotidiano do homem branco no litoral.

 

Os índios e a colonização

Após a Independência, o governo imperial passou a favorecer a imigração européia no sul do brasil. No Rio Grande do Sul os primeiros alemães chegaram em São Leopoldo em 1824, em Santa Catarina a colonização começou em 1829 em São Pedro de Alcântara, no Paraná os imigrantes se fixaram às margens do Rio Negro a partir de 1829. O interesse do governo era a ocupação das terras localizadas entre o litoral e o planalto, território dos Xokleng, que foram envolvidos no processo de colonização, tendo ameaçadas as suas condições de sobrevivência. Com os problemas de adaptação pelos imigrantes, os Xokleng, momentaneamente tiveram seu território recuperados, porém com a instalação das colônias de Blumenau e Joinville, e a ocupação de imigrantes italianos no sul do estado, comprometeram tanto a caça e a pesca quanto o seu suprimento vegetal como o palmito e o pinhão. A disputa por comida e território gerou conflito entre imigrantes e índios, que estes para se defender atacavam os brancos. Porém, o governo era favorável aos imigrantes, promovendo um evento igual ao da colonização do oeste americano, causando verdadeiras chacinas e monstruosidades. A atitude do governo para com os índios foi de total brutalidade que começou a organizar grupos de extermínio a fim de diminuir as tensões entre governo, indígenas e imigrantes, entretanto nessas ações, os indígenas saíram perdendo.

 

Pouso Redondo e a imigração

A partir de relações políticas e econômicas entre o Brasil e as repúblicas alemãs de Bremen, Luebeck e Hamburgo, contribuíram para a colonização do sul do Brasil. Dos interesses em comum, surgiram na Alemanha as companhias de imigração como a ?Sociedade de Amparo ao Imigrante Alemão no Sul do Brasil?, que promoveram imigração em massa de alemães ao Brasil. E em nome dessa sociedade que o Dr. Otto Blumenau chegou ao Brasil, financiado por um grupo Hamburguês, que lhe garantiu a devolução das despesas de viagem, e um bom ordenado mensal, para fazer um levantamento geral sobre a imigração e transferência de europeus na região, bem como prestar informações sobre os meios de transporte, preços dos gêneros e sistema de comércio locais. Em meados de 1850, a firma Christian Mathias Schroeder & Co, enviou um de seus veleiros, com imigrantes para se instalarem às margens do Rio Itajaí. A imigração se intensificou graças a crise na Alemanha.

No início do Século XIX, o bandeirante Dias Velho alcançou as terras onde se localiza o município de Pouso Redondo, mas a região ? situada no Alto Vale do Itajaí e que ocupa parte da Serra Geral ? só foi colonizada em 1893, quando Hermann Blumenau mandou até lá Augusto Peters, com a missão de construir uma linha telegráfica até o planalto de Lages. Em 1902, chegaram Leopoldo Knoblauch e Gotlieb Reif, que desde 1885 era dono das terras, recebidas por serviços prestados ao governo. O nome Pouso Redondo veio com os tropeiros que levavam gado do Planalto Serrano para a região de Blumenau.

Lugar de passagem das tropas de gado conduzidas por tropeiros, servia como ponto de parada obrigatória para descanso e pouso das tropas. Enquanto o gado pastava, tomavam água e descansavam, os tropeiros organizavam o lugar de pousa numa clareira de forma arredondada circulares onde hoje se situa o trevo de acesso à Taió. Desse local nasce ?Pouso Redondo?.

Visitado por tropeiros desde 1850, somente em 1894 Hermann Blumenau teve a idéia de colonizá-lo, para tanto enviou para a região a família do pioneiro Alemão Augusto Peters com a missão de construir uma linha telegráfica até o planalto de Lages que estabeleceu-se em Pouso Redondo e construiu a primeira casa e tornou-se dono de algumas terras. Em 1902 vieram visinhar as famílias dos senhores Leopoldo Knoblauch e Gottlieb Reif, que já era dono de parte das terras desde o ano de 1885 por empreiteiras ao governo Estadual, mais tarde outras famílias chegaram e fizeram a história do município, dentre essas os húngaros, os poloneses e mais tarde os italianos.

A sede do município teve inicio com estalagens que davam apoio logístico aos tropeiros. Como entreposto comercial o lugar foi crescendo até que o Governo Estadual percebeu a importância, e criou no local em 1928 uma barreira para arrecadação de tributos.

A primeira Escola Pública de Pouso Redondo é da sede do Distrito Criada em 1º março de 1932, hoje Escola de Educação Básica Arno Sieverdt.

Em 9 de Abril de 1933 pelo Decreto nº 332/33 é feita a instalação do Distrito de Pouso Redondo pertencente a Rio do Sul. No ano de 1958 pela LEI Nº 348 Pouso Redondo passa a condição de município no dia 23 de Julho do corrente ano.

O primeiro prefeito, senhor Artur Claudino dos Santos, no ano de 1958, foi nomeado pelo Governador do Estado, Heriberto Hulse, já em 1959 tomou posse o primeiro prefeito eleito, na pessoa do senhor Querino Ferrari.

Em 22 de novembro de 1963, é criado o distrito de Aterrado Torto e anexado ao Município de Pouso Redondo pela Lei Estadual nº 939.

Pela Lei Estadual nº 525, de 05 de maio de 1981, o distrito de Aterrado Torto passou a denominar-se Aterrado.